ADEus meU AMIgo....

Primeiro, desculpas ao Vitor que prometi escrever sobre o tempo...
O tempo será escrito num futuro próximo...

Hoje eu vim escrever a história de Bobi...
Um amigo que eu conheci num dia de inverno na praia...
A praia no inverno é um lugar solitário...somente duas pessoas
habitando o fim de semana frio e tranquilo...como são todos os
fins de semana na praia entre maio e outubro.

Num desses tantos encontramos Bobi...assim por nós alcunhado.
Sagaz, brincalhão, livre, só.
E ele foi ficando...ganhando seu espaço.
Mas sempre livre...da rua, do mundo, da praia.

Ganhou um tapete velho e nos dias mais frios ganhava uma
polenta feita com capricho.
Adorava rolar na grama do jardim e que lhe coçassem a barriga.
Quando entrou dentro de casa, ninguém estranhou.

Por vezes eu pulava um fim de semana e não ia à praia.
mas quando meu carro chegava....logo em seguida Bobi também aparecia
Quando eu ia embora, ele me acompanhava até o ponto limítrofe do fim.
Podia ir até a padaria, ao mercado, a pé, de bicicleta.
à praia as nove da manhã....as duas da madrugada....sempre tinha companhia.

Corria atrás dos carros, mordia os motociclistas, avançava nos ciclistas
Eu me fingia de morta...
Não adiantava brigar...ele era livre....da praia...
Vê-lo correr na beira do mar era a certeza que ele
chegava a 60 km por hora certamente.

Ontem não pude acompanhar o Ale à praia,
prometendo que lá estarei amanhã.
Hoje, recebi a mensagem que Bobi estava morto.
Envenenado.
Que foi enterrado ainda ontem.
Na praia, num local onde costumávamos passear.

E agora, entre lágrimas, percebo que
eu era muito mais dele do que ele poderia, um dia, ser de alguém.